Artigo escrito por Carla Rodrigues, publicado originalmente na revista Cult.
Um pênis de borracha, um vibrador, uma prótese, um suplemento. Um consolo, como se diz na linguagem popular. É a partir desse objeto que Beatriz Preciado começa aquilo que se tornou seu texto mais famoso e mais instigante, o Manifesto contrassexual: práticas subversivas de identidade sexual, tradução livre para o título de seu primeiro livro, lançado em 2000 na França, onde ela vive e trabalha; na Espanha, onde nasceu, em 1970; e nos EUA, onde se formou. O pênis de borracha é evocado como noção conceitual para cumprir função análoga à mais-valia no pensamento de Karl Marx. “Tomando partido da estratégia de Marx, esta pesquisa sobre sexo toma como eixo temático a análise de algo que pode parecer marginal: um objeto de plástico que acompanha a vida sexual de certas lésbicas e de certos gays queers, e…
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